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quarta-feira, julho 03, 2013

A cronologia da covardia


26 de março de 2013:
Lula participa do Seminário “Novos Desafios da Sociedade”, promovido pelo Jornal Valor Econômico, e defende Constituinte exclusiva para a realização da reforma política.

Veja o trecho da matéria do Estadão:
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta terça-feira a realização de uma Assembleia Nacional Constituinte exclusiva para a discussão de uma reforma política. "Se o Congresso não aprovar a reforma, teríamos de ter uma Constituinte só para isso", disse o petista, durante o seminário "Novos Desafios da Sociedade", realizado em São Paulo.

17 de junho de 2013:
Manifestantes ocupam a cobertura do Congresso Nacional, exigindo, principalmente, o fim da PEC37, a prisão dos mensaleiros condenados, o fim da gastança de dinheiro público nos estádios da Copa do Mundo e a saída de políticos como Renan Calheiros e Marco Feliciano dos cargos que ocupam. Não havia, até o momento, nem em Brasília nem em lugar nenhum do Brasil, nenhuma manifestação popular pedindo a reforma política.

Veja o trecho de matéria do G1:
A cada momento os manifestantes entoam palavras de ordem contra um tema diferente. Entre os alvos do protesto está a PEC 37, que limita o poder de investigação do Ministério Público e está em tramitação na Câmara. Os manifestantes gritaram ainda: "Fora Feliciano!" e "fora mensaleiros!"

18 de junho de 2013:
Dilma viaja a São Paulo para encontro com Lula. Da reunião, além da cúpula do Partido dos Trabalhadores, participa o marqueteiro João Santana.

Veja o trecho da matéria do Correio Braziliense:
Esse grupo em nada se parece com uma força-tarefa formada para discutir crises. Em vez de encontros com os ministros de Estado de setores ligados à Justiça, à Segurança Pública e aos serviços de inteligência, a reunião contou apenas com caciques petistas e o principal marqueteiro do partido atualmente.

24 de junho de 2013:
Em reunião com ministros, governadores e prefeitos, Dilma apresenta como principal proposta em resposta às manifestações a realização de uma Constituinte exclusiva para a reforma política.

Veja o trecho da matéria de O Globo:
A presidente Dilma Rousseff abriu na tarde desta segunda-feira a reunião com governadores e prefeitos das capitais com objetivo de definir uma linha de ação conjunta para melhorar os serviços públicos no país. A presidente destacou que busca soluções para as reivindicações que vem das ruas. Ela defendeu um plebiscito para uma Constituinte exclusiva para a reforma política, além de propor lei para a corrupção ser crime hediondo.

25 de junho de 2013:
Após reunião com representantes da OAB, Dilma desiste da Constituinte.

Veja trecho de matéria da Veja:
O presidente da OAB ressaltou ainda ter alertado a presidente sobre os “graves riscos” que uma Assembleia Constituinte poderia significar à democracia, e disse que ela deixou o encontro “convencida”. “Faz parte da teoria do direito constitucional que qualquer constituinte pode dizer sobre o que ela vai regulamentar, e a convocação poderia significar graves riscos à democracia brasileira, às garantias do cidadão – inclusive às liberdades de expressão e manifestação. Levamos toda esta preocupação da sociedade civil brasileira à senhora presidente da República”, afirmou Furtado.

28 de junho de 2013:
Lula diz que “Constituinte foi barbeiragem do governo”.

Veja trechos da matéria da Folha:
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva reclamou com petistas da estratégia do governo Dilma Rousseff para dar uma resposta à onda de protestos pelo país. A aliados, Lula chamou de "barbeiragem" a articulação.Ele queixou-se especialmente da ideia de convocação de uma constituinte exclusiva para discussão da reforma política. E, mais ainda, do recuo da iniciativa apenas um dia depois.


Esse é o Lula que o Brasil precisa conhecer, que usa o movimento das ruas para tentar emplacar uma proposta defendida há muito tempo por ele e que, diante do fracasso da iniciativa, critica a presidente que fez apenas o que ele mandou.