Desde
que aconteceu o tão falado boom das redes sociais que os mais diversos tipos de
empresas vêm buscando formas de atingir seus clientes – atuais ou potenciais –
utilizando-se dos meios disponibilizados pelos mais famosos sites e plataformas
de interação social, sendo os mais destacados neste momento Facebook, Twitter e
Instagram, além dos já tradicionais sites e dos renovados blogs, que têm
evoluído muito recentemente com a implementação de técnicas de gerenciamento
profissional por parte de seus proprietários.
Os
sites não morreram, nem morrerão.
As
páginas virtuais na world wide web – www – que foram o verdadeiro startup dessa
revolução comunicacional pela qual a humanidade passa, oferecendo a qualquer
pessoa ou empresa a oportunidade de mostrar sua cara, serviço ou produto na
rede, ao contrário do que muitos pensam – e falam – continuam sendo um espaço
obrigatório para ser ocupado por qualquer marca que queira ter algum destaque
em sua área de atuação.
Uma
pessoa pode ter um sítio no campo ou uma casa na praia, mas isso não lhe
permite deixar de ter sua casa na cidade onde efetivamente mora e trabalha. O
site é assim. Você pode ter diversos canais e ferramentas para atingir o seu
público, mas não pode prescindir de um endereço virtual onde as pessoas possam
encontra-lo com a maior facilidade possível.
Mas
o que realmente impressiona não é o fato de algumas pessoas acreditarem que os
sites não são mais tão efetivos quanto antes, o que me assusta é saber que a
grande maioria das empresas existentes no Brasil, algumas com respeitável
estrutura física e sólidas estratégias de marketing, ainda não têm páginas na
internet e, das que têm, a grande maioria são espaços estáticos, sem qualquer
tipo de atrativo ou utilidade, seja para a empresa, seja para o visitante, na
maioria das vezes completamente abandonados, cheios de traças e teias de aranha
virtuais.
Grande
parte dos empresários locais, que nunca se preocuparam em fazer um site para a
sua própria empresa, saem por aí dizendo que “Internet não funciona. Se
funcionasse, a concorrência já tinha entrado.” Normalmente se referem aos seus
concorrentes do mesmo porte e mercado, que, com o mesmo pensamento arcaico
também fogem da inovação. Se observarem o que realmente funciona em seus
setores terão que admitir que a internet e suas ferramentas são o grande
diferencial.
Mas
também tem o empresário chega pra você e diz que não acredita na força da
internet porque mandou “um cara que mexe com computação” fazer uma página, que
“ficou até boa”, e que, mesmo assim, nunca conseguiu um negócio através do site.
Se for este um caso parecido com a maioria do que vemos por aí, podemos até
complementar: com toda certeza, alguns clientes potenciais devem ter sido
espantados pelo site.
O
mais importante a entender sobre sites hoje em dia é que eles precisam, antes
de mais, serem ÚTEIS para quem os visita. É preciso entender o que as pessoas
querem quando visitam o site da sua empresa e entregar-lhes estas informações
da forma mais simples e direta possível. Sinceramente, quem quer saber, em um
primeiro contato, a história do homem que fundou a empresa, ver as fotos da
obra de reforma do prédio do depósito ou entender como funciona o complicado
processo de desenvolvimento do seu produto ou serviço? De maneira geral, as
pessoas querem saber onde fica, como chega, quanto custa, onde vende, como
paga, quando chega, onde entrega... enfim, tudo o que a gente quer saber quando
entra numa loja ou empresa para comprar um produto ou contratar o serviço. Ah!
E as pessoas também querem VER o seu produto ou serviço da melhor maneira
possível. Não tem nada mais assustador do que fotos e vídeos mal feitos do que
você vende ou faz. Aí, mais uma vez, o amadorismo impera.
Você
comeria aquele sanduíche maravilhoso do cartaz se ele fosse mostrado no cartaz
como realmente é? Claro que não, ou, pelo menos, pensaria duas vezes. A
produção de conteúdo para sites em todo o mundo é nivelada por baixo, afinal a
realidade online é nova em todos os lugares, mas não é porque está todo mundo
fazendo errado que você irá fazer também, não é? Todas as empresas que
conseguiram se destacar na internet de maneira planejada e profissional o
fizeram graças, principalmente, a uma boa qualidade de seus conteúdos (textos,
imagens, vídeos etc) e à criatividade como eles foram criados, produzidos e
veiculados.
A
internet hoje é um ambiente de BUSCA e o principal objetivo de qualquer empresa
deve ser tornar-se o ALVO preferencial dessa busca e para isso a palavra mágica
do momento é SEO (Seach Engine Optimization ou otimização para motores de
busca), um conjunto de estratégias e ferramentas que têm como objetivo
principal melhorar o posicionamento do seu site quando as pessoas pesquisam por
assuntos relacionados ao que você e sua empresa têm a oferecer.
Em
síntese, não adianta ter um bom site se as pessoas não conseguirem encontra-lo
e, em contrapartida, não adianta fazer as pessoas encontrarem você na internet
se você não tiver algo que seja realmente bom para que elas vejam e escolham a
sua marca.
Mídias
Sociais: O sonho realizado
Imagine
que o mercado é um grande shopping center, com um mix perfeito e produtos e
serviços que agradam a todos os membros de uma família, mas que grande parte
deles agrada apenas uma pequena parte da família. Os garotos querem ir para o
parque, as meninas querem ficar na praça de alimentação, o pai quer ir ao café,
a esposa quer comprar aquele perfume e o avô e a avó querem ficar na praça de
convivência, vendo a vida passar calmamente.
Como
mostrar a cada um o que cada um quer utilizando, por exemplo, o tradicional
espaço de 30 segundos durante a programação da televisão?
Como
garantir que eles assistam ao programa onde seu comercial será veiculado
exatamente naquele dia?
Como
fazer com que eles prestem atenção ao seu comercial durante todo o tempo em que
ele estiver sendo veiculado, sem o latido do cachorro ou o barulho do caminhão
passando na rua?
E,
finalmente, como anunciar de uma maneira que APENAS quem realmente tem
interesse no seu produto veja e, na hora em que estiver vendo, esteja
interessado e concentrado no que você tem a dizer?
A
resposta é simples: MÍDIAS SOCIAIS!
Com
anúncios bem planejados na internet você pode direcionar a sua mensagem para
cada faixa de sua clientela atual ou potencial, definindo aspectos como zona
geográfica, faixa etária, nível sócio-cultural, horário, interesses e vários
outros aspectos que farão com que o seu produto seja mostrado exatamente na
hora em que alguém estiver interessado por ele, de uma maneira que convença de
fato aquela pessoa a decidir escolher pelo seu e não pelo produto ou serviço de
seu concorrente.
A
publicidade através de mídias sociais é 100% configurável e altamente
segmentável, o que garantirá que cada campanha sua tenha os três aspectos mais
importantes a se considerar quanto à eficiência de uma mensagem comunicacional:
ALCANCE – RELEVÂNCIA – RETORNO.
Se
você alcança o seu cliente onde ele está, no momento em que ele quer ser
alcançado e está interessado no seu produto ou serviço e mostra a ele que a sua
empresa atende às suas necessidades e expectativas como consumidor, fica claro
que a possibilidade de efetivação da contratação é muito maior do que qualquer
outra mídia pode oferecer.
E
quanto custa?
O
principal diferencial do investimento em publicidade online atualmente é que,
além de todos os aspectos positivos já demonstrados, o investimento é feito de
acordo com as possibilidades do anunciante. Se a sua empresa pode atender
satisfatoriamente a 10 clientes por dia não há motivo para investir numa mídia
que atrairá 100 clientes. Este é o grande trunfo da publicidade na internet,
ela só traz para a sua empresa o cliente que realmente está interessado em
fechar negócio, e, mais importante, numa quantidade que você possa atender sem
prejudicar sua rotina e sua imagem. Não que ela não possa trazer milhões
também. Ela pode sim, desde que eles existam.
De
maneira simplória, é possível investir um real na internet e, o que é mais
impressionante, com garantia de resultado. Mas também é possível – e indicado –
investir um pouco mais ou até muito mais, dependendo do seu interesse, pois a
internet tanto funciona bem em se tratando de vendas rápidas como se mostra
extremamente eficiente quando se fala em estratégias permanentes de startup,
desenvolvimento e manutenção de branding.
O
que é preciso entender, para resumir, é que:
1. É
possível desenvolver uma estratégia completa de marketing na internet
utilizando apenas espaços e ferramentas gratuitas, mas esse trabalho não pode
ser considerado profissional e não há notícias de que qualquer empresa ou
instituição que acredite seriamente nas mídias sociais o faça.
2. A
publicidade na internet, de uma forma geral, e nas redes sociais tem custos de
veiculação absurdamente menores do que na mídia tradicional quando se analisa
aspectos como relevância, alcance e retorno do investimento, mas demanda um
tratamento muito mais meticuloso tanto no planejamento quanto na produção e,
por consequência, na veiculação, que precisa ser monitorada e ajustada
permanentemente, utilizando-se de ferramentas de análise e métricas, mas,
principalmente, de sensibilidade por parte de quem execute o trabalho.
3. A
fórmula de sucesso para um bom investimento, com retorno garantido, em mídias
sociais congrega:
a.
Uma
estratégia bem planejada e um bom arsenal de táticas de gestão de conteúdo e
interação, para atingir de maneira efetiva o público-alvo, diferenciar a própria
mensagem da mensagem da concorrência e evitar desperdícios de exposição;
b.
A
escolha correta dos formatos e canais onde será veiculada a mensagem, sempre
focando no target e considerando o cenário e o contexto, e a qualidade do
material produzido, com extremo cuidado em relação a aspectos como correção
gramatical, coesão textual e estética audiovisual, ou seja, saber como atingir
cada público com uma mensagem que o atraia e, sobretudo, que não prejudique o
anunciante.
Mas nada é de
graça...
O
novo modelo de publicidade praticado pelas grandes corporações que hoje dominam
a internet – e, por que não, o mundo – tem foco na gestão, ou seja, Google e
Facebook cobram muito menos, por exemplo, do que uma emissora de TV ou de
rádio, mas, em compensação, praticamente não têm nenhum trabalho no processo de
veiculação. É tudo controlado pelo gestor.
Se
em uma emissora de TV ou de Rádio você entrega os anúncios e a empresa se
encarrega de programar de acordo com o mapa entregue e faz todo o trabalho de
operacionalização, na internet é como se a empresa abrisse suas portas para o
gestor de mídia entrar e permanecer lá durante todo o período da campanha, com
a possibilidade de mudar tudo em tempo real, com ajustes em relação ao canal,
ao público, ao valor dos anúncios e ao volume da exposição.
Sem
falar que a mídia online permite, sem nenhum custo adicional de veiculação, que
o anunciante veicule campanhas completamente segmentadas. É possível, para se
ter uma ideia, veicular uma campanha no Facebook apenas para mulheres jovens
noivas, estudantes universitárias, de 22 anos e moradoras de um determinado
bairro da cidade. Sendo assim, uma empresa que tem 10 departamentos com perfis
de público distintos pode criar, produzir e veicular campanhas direcionadas
para cada um desses públicos sem nenhum custo adicional de veiculação e com
controle absoluto de todo o processo, da ideia original às métricas de
repercussão quantitativa e qualitativa, sem nenhum aumento dos investimentos em
veiculação, mas, óbvio, com significativo implemento do trabalho de
planejamento, gestão e monitoração.
E
é aí que o bicho pega!
Como
convencer um anunciante acostumado a investir na mídia tradicional e sem nenhum
conhecimento da dinâmica dos processos midiáticos do universo online que
daquele investimento proposto a maior parte vai para o parceiro local e não
para o grande conglomerado de mídia mundial?
O
modelo de negócios das gigantes mundiais é que explica essa lógica.
Ao
contrário de uma emissora de tv, por exemplo, que cria, desenvolve, produz,
veicula e promove todo o seu conteúdo o Google não produz absolutamente
conteúdo nenhum. Ele é apenas um mecanismo de pesquisa, que nos ajuda a
encontrar o que queremos, seja um site, um blog, um documento, uma foto ou um
vídeo. Da mesma maneira acontece com o Facebook, Twitter, Instagram e todas as
redes sociais. Assim, a não existência do custo de produção de conteúdo e do
custo de operacionalização, aliada à presença ao mesmo tempo completamente
global e extremamente local – no que toca às possibilidades de segmentação de
mídia –, complementada por uma estrutura comercial toda automatizada, faz com
que, obviamente, os custos ofertados por esses canais sejam absurdamente baixos
quando comparados à maioria dos veículos tradicionais, especialmente quando
mensuradas as suas vantagens no tocante aos já citados aspectos da relevância,
alcance e potencial de retorno.
O
mercado de anúncios online, principalmente nos mercados periféricos,
infelizmente ainda está dominado por amadores e curiosos, sem qualquer tipo de
conhecimento específico ou competências no setor de comunicação e marketing. O
foco na tecnologia e não na relação anunciante-consumidor tem feito com que
muitas campanhas com boas qualidades nos aspectos técnicos naufraguem por falta
de qualidade das peças de divulgação ou de conhecimento do mercado. Esses
fracassos, infelizmente, têm cooperado para que haja um alto nível de ceticismo
por parte do mercado e só iniciativas bem sucedidas e casos exemplares podem
influenciar numa mudança de rumo que repercutirá como um mercado mais profissional
e refratário aos “analistas de tutorial”, ainda muito em voga no momento atual.
Cabe
agora aos que têm o poder de decisão quanto às estratégias de comunicação das
empresas entenderem as possibilidades e potencialidades desse mundo novo e
obedecerem a critérios sérios de escolha dos seus profissionais de comunicação
em mídias sociais. Teoricamente não será nada difícil, já que o critério
principal da escolha será o que rege basicamente todas as operações comerciais
do mundo moderno: os resultados.
* Emerson Saraiva
é Publicitário, Produtor Audiovisual, Jornalista, Diretor de Arte e Mídia e
Professor do Curso de Publicidade e Propaganda na faculdade Cesrei, em Campina
Grande.