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quarta-feira, novembro 16, 2011

Petróleo muito, meu royalty primeiro

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Independente de toda a competência do senador Vital na definição da proposta de divisão dos royalties do pré-sal entre todos os estados brasileiros, a retirada desse dinheiro dos estados produtores nada mais é do que mais uma grande SACANAGEM do governo federal.

E não é porque a nossa pobre Paraíba está ganhando com mais esse golpe que a gente vai comemorar.

Além do mais, comemorar hoje pode se transformar no lamento de amanhã, a não ser que a gente fique torcendo para que a Paraíba jamais possua nenhuma riqueza natural que nos transforme em um estado rico e próspero, a exemplo do que tem feito o petróleo por aqueles que sediam nossas jazidas. Não custa lembrar que da nossa terra seca saem valiosas lâminas de granito, alguns tipos de minério de grande valor e a tão falada turmalina paraíba, a pedra preciosa mais valiosa do mundo. Se estas riquezas ainda não transformaram a realidade dos povos que habitam as regiões de onde são extraídas, a culpa é dos governos safados e dos nossos 99% de políticos corruptos, que permitem o contrabando a troco de “propinas” dignas dos nossos coronéis semi-analfabetos.

Voltando ao petróleo, bem ensina o inatingível senador Magno Malta: “Royalty não é lucro, é passivo ambiental”! Ou seja, o dinheiro que os estados produtores recebem da Petrobras não é, como o governo pretende que entendamos, “parte do lucro” auferido com o comércio da matéria bruta, mas, isto sim, uma compensação merecida pela retirada, de maneira simples, de uma parte do território, além de um meio de oferecer a cada estado os recursos necessários para recuperar a natureza molestada ou compensar os impactos ambientais provocados, sem falar nos desastres naturais que quase permanentemente ocorrem, com maior ou menor gravidade.

É como se alguém descobrisse petróleo no quintal da sua casa. Independente do subsolo não lhe pertencer, como dono da propriedade você teria direito a receber uma compensação pelo buraco feito, pelas máquinas instaladas, pela área que, apesar de continuar sendo sua, você não poderia desfrutar. Aí imagine que o seu vizinho, apenas por morar na sua rua, se achasse digno de dividir com você esta “indenização”.

Injusto, não é?

Pois é, injustos é o que nós estamos sendo, olhando apenas para nossos próprios umbigos e achando que pertencem a todos nós os royalties do petróleo do Rio e do Espírito Santo.

Mas será que não nos cabe parte nenhuma dessa conquista? Claro que cabe!

Mas a parte que caberia ficará com o "EXPERTO" governo central, que nos desgoverna há quase uma década e que provavelmente vai dividir entre a companheirada ex-proletária - nossos atuais ridículos nuveau riche -, os pelegos instalados em todos os órgãos da administração federal, os apadrinhados dos eleitos, os incompetentes não eleitos e os feudos disfarçados de partidos que dominam ministérios, agências, secretarias e afins.

342 milhões é muito dinheiro e pode ajudar muito a Paraíba. Mas será que vale a pena, pelos benefícios a serem gerados, nos tornarmos todos cúmplices de um ROUBO?
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Um comentário:

Gisa disse...

Parabens Emerson pela colocação, realmente pertinente e para se pensar na questão.