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terça-feira, maio 15, 2012

UEPB: Entre o Reconhecido e o Desconhecido



Amanhã, dia 16 de maio de 2012, a comunidade acadêmica, formada pelos corpos discente, docente e técnico-administrativo, terá a responsabilidade de ajudar a Universidade Estadual da Paraíba a escolher o seu próximo Reitor.

Sem prejuízo das qualidades e competências dos demais, é preciso reconhecer que entre os cinco candidatos concorrentes, apenas um tem, de fato, experiência administrativa e um histórico de participação efetiva e decisiva nas principais lutas e vitórias da UEPB.

Rangel Júnior é o único candidato com atuação efetiva em seus mais importantes momentos políticos e administrativos. Entre eles a Estadualização, a Autonomia Financeira, a implantação dos Planos de Cargos, Carreiras e Remuneração e, mais recentemente, a defesa da Autonomia. Nenhum outro pode dizer que esteve presente e ao lado da UEPB nessas ocasiões.

Nos últimos sete anos a UEPB cresceu muito mais do que nos seus 39 anos de história anteriores, graças à conquista da Autonomia Financeira, mas, também, graças a um modelo de gestão admirado e exaltado em todo o país e exterior. Para se ter uma ideia, apenas em 2012 o orçamento da UFCG é maior do que todos os recursos recebidos pela UEPB nos últimos sete anos, desde a sua autonomia, em 2004. Basta ver o que foi feito com esses recursos para saber a qualidade da gestão que temos hoje.

Embora muitos prédios tenham sido construídos e reformados, laboratórios implantados, equipamentos e material adquirido e projetos implementados, a marca da atual gestão é o respeito e a dedicação às pessoas que fazem parte da UEPB. Desde a sua autonomia a universidade concedeu aumentos salariais acima dos índices de inflação e, nos últimos anos, devido às turbulências políticas que atingiram a Paraíba, manteve, no mínimo, a correção do período, sempre garantindo ganhos ou, em último caso, evitando perdas.

Os professores e servidores técnico-administrativos recebem hoje na UEPB salários bem acima da média do serviço público estadual e equiparados com o que recebem os que trabalham nas instituições de ensino superior federais. Se comparar com outras universidades estaduais, a diferença, na maioria dos casos, é imensa.

Além dos vencimentos dignos, temos condições de trabalho equivalentes às das melhores instituições de ensino superior, públicas ou privadas, brasileiras. Especificamente na área de laboratórios, a UEPB tem evoluído significativamente e isso tem repercutido não apenas na qualidade da formação, mas, também, no oferecimento de serviços à comunidade atendida por esses programas.

Na pós-graduação e pesquisa os avanços são ainda mais significativos. Crescimento vertiginoso na taxa de mestres e doutores, projetos de pesquisa, publicações e participações em eventos. A universidade que antes não tinha nenhum curso de mestrado hoje tem 15, além de três doutorados, todos recomendados pela CAPES. O aluno da graduação hoje tem muito mais condições e incentivos para seguir a carreira acadêmica e sabe reconhecer o que é ter o horizonte sempre aberto para seu crescimento profissional e científico.

Quem foi aluno da UEPEBA consegue perceber a diferença. Quem é funcionário ou professor há mais de sete anos também sabe da evolução ocorrida a partir da conquista da autonomia e com o empenho de todos no planejamento e execução dos processos de expansão e modernização. Eu, particularmente, que vivi a fase negra como aluno e hoje vivencio a nova realidade como membro do quadro efetivo, vejo de maneira cristalina que a mudança mudou completamente o perfil da instituição, em todos os níveis. Isso é fato.

Professores, além do apoio recebido para investimento no aperfeiçoamento profissional, hoje são vistos com muito melhores olhos por outras instituições, que os recebem em seus programas de pós-graduação com a certeza de estarem compartilhando conhecimento que será muito bem utilizado no retorno à UEPB.

A quantidade e qualidade das parcerias desenvolvidas hoje pela UEPB, seja com outras IES, seja com vários outros setores públicos ou privados, nacionais e estrangeiros, denota a qualidade e o respeito que a instituição angariou nos últimos anos.

A partir da quebra da autonomia a UEPB tem vivido um momento de ruptura não apenas em sua relação com o Governo do Estado, mas, também, com membros de sua comunidade que não se alinham com a atual administração e hoje se utilizam do momento político para tentar conquistar espaços que não conseguiram em momentos de maior estabilidade.

O que se viu durante os ataques do Governo à UEPB foi, ao invés da união em torno de um objetivo comum, que indubitavelmente beneficiaria a todos, a adesão àquele que tem sido o pior governante da Paraíba em relação à UEPB desde sua criação. Diante da dificuldade, preferiram sacrificar a maior conquista da instituição, única no Brasil a contar com uma lei específica de autonomia, em nome de seus interesses políticos.

Durante a campanha ficou claro quem está do lado da UEPB e quem está do lado do Governo. Nenhum dos candidatos de oposição firmou qualquer compromisso de, caso escolhido, enfrentar o autoritarismo do governador e fazer valer a lei que garante a independência e a capacidade de investimento da instituição.

Baixaram a cabeça e, sob o discurso de defender o diálogo, quando toda a comunidade acadêmica sabe que quem tem enveredado pelo caminho da intransigência é o governo, buscaram pavimentar o caminho para o reitorado não pela vontade da comunidade acadêmica, através do voto direto, mas pelo atalho da subserviência, através do golpe de desrespeito à lista tríplice.

Esqueceram, desde o início, o campo das propostas e partiram para o jogo baixo das agressões gratuitas e denúncias vazias. Com raras exceções, a oposição revelou-se, ao longo do processo, além de incompetente e incapaz, completamente descompromissada com o futuro da UEPB e com sua comunidade. As poucas propostas deixaram transparecer desconhecimento do cenário macro ou má fé, ao tentar iludir os eleitores com promessas inexequíveis, típicas de quem sabe que não tem chances.

A chapa de situação assumiu, e cumpriu, desde o início, o compromisso de não caminhar pela via da baixaria e de referências às demais chapas que não fossem respostas necessárias às pesadas calúnias e difamações, além de relevar as injúrias praticadas ao longo do processo.

Espalharam diversos boatos em relação à atual administração, ecoando os ataques do Governador à Reitoria e revelando suas ligações com a administração estadual, e imputaram à chapa 5 posições sobre as quais o candidato não tinha qualquer controle, como, por exemplo, a acusação de que Rangel Júnior não queria a utilização de urnas eletrônicas, quando a Justiça Eleitoral enviou ofício à comissão eleitoral comunicando que até o final das eleições municipais, em outubro, as urnas estarão indisponíveis. Será que a Chapa 5 é poderosa ao ponto de influir no Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba?

Servidores que não foram atendidos em demandas absolutamente pessoais ao longo dos últimos anos engajaram-se em chapas de oposição para tentar garantir a sobreposição de seus interesses aos da administração pública em uma eventual vitória. Seu ódio do atual reitorado tem origem bem diversa do que a independência e coragem que tentam transparecer. Encontraram na eleição uma oportunidade para se vingar, independente do fato dessa vingança, caso prosperasse, resultasse em perdas gigantescas, do ponto de vista administrativo, para a UEPB e todos os que dela fazem parte.

Tentaram imputar aos outros suas próprias posturas, acreditando que não seriam desmascarados.

O processo eleitoral que se encerra amanhã nos trás, basicamente, duas opções: continuar o projeto que conquistou e soube fazer bom uso de avanços que transformaram a UEPB em uma referência nacional de educação superior e gestão pública ou apostar em esquemas obscuros que não conseguiram de maneira alguma demonstrar a viabilidade do que prometem, seja pela falta de um histórico que lhes habilite para administrar uma estrutura complexa como é a UEPB atual, seja pela natureza fantasiosa e mirabolante de suas promessas.

O reflexo de um voto equivocado, baseado na emoção e não na razão, pode refletir negativamente não apenas na qualidade dos serviços prestados pela UEPB, mas, sobretudo, na criação de um ambiente de instabilidade que resultará em perdas significativas para TODOS.

Acusações irresponsáveis e não comprovadas, promessas que à primeira vista parecem maravilhosas, mas que com uma simples análise se revelam inexequíveis, desconhecimento da estrutura interna, dos projetos em execução e do cenário onde está inserida a UEPB hoje e, principalmente, falta de disposição para lutar pela manutenção da nossa maior conquista são apenas alguns dos pontos que devem ser observados no processo de reflexão a que todos devemos nos submeter até o momento do voto.

Mas, apesar de tudo o que foi feito e falado nos últimos dias, independente da escolha de cada um, o mais importante é que, passada a eleição e computados os votos, todos consigam perceber que aquele que era o candidato de alguns passará a ser o Reitor de todos. A todos deverá satisfações e de todos esperará o entendimento de que só através da união, independente das diferenças, é que se consegue garantir os direitos adquiridos e as conquistas almejadas.

Seja por uma UEPB com ética e transparência, plural e democrática, com autonomia e excelência, para todos ou com uma administração que seja mais UEPB, na próxima quinta é absolutamente imprescindível que as diferenças sejam superadas e que voltemos todos a trabalhar em prol do crescimento e da consolidação da instituição que a todos orgulha e que tem levado o nome da Paraíba de forma positiva aos quatro cantos do mundo.

Que o voto seja consciente, responsável e racional, amparado por fatos e com muita segurança sobre suas consequências.



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