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domingo, julho 03, 2011

Uma fábula gerencial


Todos os dias a Formiga chegava cedinho ao escritório e pegava duro no trabalho. Era produtiva e feliz. O gerente Maribondo estranhou a formiga trabalhar sem supervisão. Se ela era produtiva sem supervisão seria ainda mais se fosse supervisionada.

E colocou uma Barata, que preparava belíssimos relatórios e tinha muita experiência, como supervisora.

A primeira preocupação da Barata foi a de padronizar o horário de entrada e saída da Formiga. Logo a Barata precisou de uma secretária para ajudar a preparar os relatórios e contratou também uma Aranha para organizar os arquivos e controlar as ligações telefônicas.

O Maribondo ficou encantado com os relatórios da Barata e pediu também gráficos com indicadores e análise das tendências que eram mostradas em reuniões. A Barata então contratou uma Mosca e comprou um computador com multifuncional.

Logo a Formiga produtiva e feliz começou a lamentar-se de toda aquela movimentação de papéis e reuniões que eram feitas.

O Maribondo concluiu que era o momento de criar a função de gestor para a área onde a Formiga produtiva e feliz trabalhava. O cargo foi dado a uma Cigarra, que mandou colocar carpete no seu escritório e comprar uma cadeira especial.

A nova gestora, Cigarra, logo precisou de um computador e de uma assistente (sua assistente na empresa anterior) para ajudá-la a preparar um plano estratégico de melhorias e um controle do orçamento para a área onde trabalhava a Formiga, que já não cantarolava mais e cada dia se tornava mais chateada.

A Cigarra então convenceu o gerente Maribondo de que era preciso fazer um estudo de clima. Mas o Maribondo, ao rever as cifras, se deu conta de que a unidade na qual a Formiga trabalhava já não rendia como antes, e assim contratou a Coruja, uma prestigiada consultora, muito famosa, para que fizesse um diagnóstico da situação.

A Coruja permaneceu três meses nos escritórios e emitiu um volumoso relatório, com vários volumes que concluía: “Há muita gente nesta empresa”.

O Maribondo, seguindo o conselho do relatório da Coruja, mandou demitir a formiga, porque ela andava muito desmotivada e aborrecida.

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