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quarta-feira, fevereiro 08, 2012

Mulher traída é fogo!



Muita gente vive perguntando quais as motivações da professora Marlene Alves, reitora da UEPB, para reagir de maneira tão veemente à decisão do governador de não repassar para a instituição os 5,77% da receita corrente líquida que colocou no Orçamento 2012.

Obviamente, além do fato da universidade ter perdido, como gestora, por baixo, 100 milhões de reais só este ano - fora os 100 milhões de calote do ano passado - que poderiam resultar em investimentos na estrutura e projetos e melhor remuneração de seus funcionários e professores.

Alguns dizem que o governador tentou ao longo de todo o início de seu governo transformar Marlene em sua principal representante em Campina Grande, com a promessa, inclusive, de alça-la à condição de sua candidata à prefeitura da “Rainha da Borborema”.

Outros dizem que na verdade o governador haveria percebido que a possível candidatura da reitora à prefeitura seria decisiva para que o candidato apoiado pelo seu grupo não conseguisse sequer chegar ao segundo turno das eleições, forçando-o a apoiar uma candidatura que não estaria disposta, em vencendo a disputa, a aceitar calada o tratamento que o Estado vem dando à cidade.

Há ainda a versão de que o problema seria realmente financeiro, mas não como os assessores do governador afirmam e sim no sentido de que o governo só se disporia a bancar a autonomia da UEPB se a universidade reconhecesse tal sacrifício com os tradicionais retornos percentuais de contribuição para os futuros embates eleitorais do grupo governista, principalmente neste momento em que a universidade toca obras de tão grande vulto e que poderiam ser tão "lucrativas" para as campanhas dos girassóis, eleitoralmente falando, lógico...

Além dessas, uma teoria pipoca a cada dia, mas só há uma na qual eu acredito realmente: essa reação da reitora é coisa de mulher traída!

E antes que as más línguas entrem em ação, não custa reafirmar aqui que tanto o governador quanto a reitora têm seus próprios cônjuges e são absolutamente bem casados, felizes e fiéis.

Se não é afetiva no sentido bíblico a traição que falo, também não é política, partidária e nem administrativa, mas sim uma traição fraternal, de amigo mesmo!

Amizade era, para todos que viam o relacionamento da professora com o político, a melhor palavra para definir a relação entre os dois. Pelo menos pelo ponto de vista da amiga.

Mais do que defender um projeto político que acreditava ser consciente do papel da UEPB no desenvolvimento do Estado, ao votar e trabalhar pessoalmente para Ricardo nas eleições de 2010, Marlene queria muito ver um amigo, seu e da universidade, no Palácio da Redenção, crente de que tal presença significaria muito mais do que simples respeito ou atenção aos pleitos da universidade.

Seria uma relação de carinho, de amor mesmo.

Marlene via em Ricardo um homem disposto a se esforçar para convencer seus assessores de que mais valia investir na instituição sem retorno para o projeto político-eleitoral do que submeter funcionários e população a tratamento indigno em áreas como segurança e saúde apenas para carrear os recursos que só grandes obras – como estradas, por exemplo – podem assegurar, tanto em relação a volume quanto no aspecto da liquidez.

Como a gente costumava dizer na minha infância, Marlene “se pebou”.

Foi traída a primeira vez na campanha, quando o candidato foi à TV defender a autonomia diante do boato, não se sabe por quem plantado, de que o opositor iria federalizar a UEPB. Se não houvesse o boato será que ele haveria dado tanta atenção à UEPB?

Foi traída a segunda vez quando, vendo-se sem o repasse do último duodécimo de 2010, foi obrigada a aceitar um acordo que lhe retiraria grande parte do poder de investimento e de remuneração digna de seus servidores, conseguido a duras penas com muita austeridade e cuidado com a gestão.

Foi traída a terceira vez de maneira maquiavelicamente ritualizada, ao longo de meses em que a amizade foi se esvaindo pelas mensagens não respondidas, pelo incompreensível silêncio e pela, finalmente, desagradável surpresa de sentir que aquele que considerava amigo não apenas a vê como o inimigo mas, inexplicavelmente, a trata como tal.

Não bastasse o amor que tem pela instituição à qual dedicou toda sua vida, bateu forte o coração de mãe desafiada e de mulher traída.

A reação não poderia ser diferente e, para quem a conhece de outras batalhas, ainda nem começou...


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