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sábado, agosto 20, 2011

Economia mundial Surreal


Ilustração do competentíssimo Tiago Hoisel

Durante a crise de 2008 (a famosa marolinha) os economistas comentavam que desde o crash da bolsa de Nova York, havia 79 anos, o mundo não passava por um momento tão crítico, do ponto de vista econômico, e que, após um período de recuperação de alguns anos, tudo se estabilizaria de uma maneira que a economia ficaria mais sólida e provavelmente não haveriam mais crises mundiais. Pois bem, não foram precisos três anos para que os céus da economia caíssem novamente.

É uma recaída ou estamos diante de um problema crônico?

A economia governa o mundo. Arte, cultura, educação, ciência, tecnologia, comunicação, tudo depende da economia. E se a economia quebra, quebramos todos.

Os biliardários do sistema econômico não querem e nem vão abrir mão de seus ganhos astronômicos para equalizar as contas mundiais e deixar que a economia mundial volte à realidade.

Nos momentos de crise aguda, não são eles, os grandes investidores, que sofrem as penas mais pesadas. Somos nós. Para manter suas carteiras, os fundos obrigam as empresas a demitir funcionários, fechar fábricas, cancelar operações.

Nos Estados Unidos, para que o Congresso aprovasse o aumento no limite do cartão de Obama, os cortes mais vultosos acordados com a oposição foram nas políticas sociais e na infra estrutura. Ou seja, foda-se o povo, até lá!

Aqui no Brasil, se a presidente quiser empreender um grande movimento de geração de emprego e renda, habitação, educação, infra-estrutura ou cultura, precisa de anos de negociação com os bandidos do Congresso Nacional, para que aprovem as leis, mediante a concessão das mais absurdas vantagens e de direitos absolutamente imorais, enquanto nós, idiotas, debatemos o capítulo final da novela das nove e assistimos a imprensa desistir de tomar conta de nossos interesses para falar de violência urbana, moda, estética, cuidados com a saúde, culinária, copa do mundo e celebridades.

Mas se o Presidente do Banco Central faz uma simples ligação para a gerente do país de Lula e avisa que o dólar vai cair mais dois centavos e que as multinacionais instaladas no solo brasileiro estão pressionando e ameaçando migrar para a China, a subserviente comandante da nação brasileira mandar torrar, em alguns minutos, bilhões e bilhões do nosso patrimônio - que seriam mais do que suficientes para realizar os projetos que tanto se discute com a bandidagem política - para acalmar os ânimos de seus reais senhores.

É por isso mesmo que eu quero é que o mundo quebre. Os que têm pouco não têm como ter menos. Os que têm o suficiente saberão dar mais valor ao muito que já têm e irão parar, de uma vez, a pensar que a felicidade verdadeira se consolidará à medida em que tiverem mais e mais e mais. Os que têm demais serão "ajustados" pelo sistema e terão uma ótima oportunidade para rever suas prioridades humanísticas. Poucos mudarão, mas pouco é mais do que nada.

E, depois da quebra, só desejo que outros mais bandidos não tomem o lugar dos saqueadores da dignidade humana mundial atuais e que, de alguma maneira, o homem comum, unido em força inconfrontável, tome as rédeas do destino do planeta e implante, no lugar de uma política eminentemente econômica, uma nova ordem mundial pautada em uma doutrina absolutamente ética, baseada na liberdade, na igualdade e na fraternidade.

Que possamos atingir, finalmente, a tão falada sustentabilidade. Não apenas ecológica, mas, principalmente, econômica, social, cultural e espiritual.

Dessa vez, na prática!

Assim seja.

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