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terça-feira, agosto 23, 2011

Os 5 mandamentos de Jim Jarmusch



Saiba MAIS sobre Jim Jarmuch
1 - Não há regras.

Há tantas maneiras de se fazer um filme como há cineastas em potencial. É uma forma aberta. Enfim, eu pessoalmente nunca teria a pretensão de contar a ninguém o que fazer ou como fazer. Para mim, isso é como dizer a alguém quais deveriam ser suas crenças religiosas. Foda-se. Isso é contra minha filosofia pessoal – mais uma lista de sugestões do que um conjunto de “regras”.

Portanto, desconsidere as “regras” que você está lendo, e as considere apenas como notas. Você deve criar suas próprias “notas”, porque não há uma única maneira de se fazer qualquer coisa. Se alguém disser que só há um caminho, sua maneira, fique o mais longe dessa pessoal o possível, tanto fisicamente quanto filosoficamente.


2 - "Don’t let the fuckers get ya".

Eles podem ajudá-lo, ou não te ajudarem, mas eles não podem te parar. As pessoas que financiam filmes, distribuem filmes, cuidam da promoção, e exibição de filmes não são cineastas. Eles não estão interessados em deixar cineastas decidirem, e ditarem a maneira como eles fazem seus negócios, portanto os cineastas não devem ter nenhum interesse em permitir que ditem a forma como o filme é feito. Carregue uma arma, se necessário.

Além disso, evitar bajuladores a todo custo. Há sempre pessoas ao seu redor que só querem se envolver com cinema para ficarem ricos, ficarem famosos, ou transarem. Geralmente, eles sabem tanto sobre cinema quanto George W. Bush sabe de combate a mão armada.


3 - A produção está lá para servir o filme.

O filme não está lá para servir à produção. Infelizmente, no mundo do cinema isso é quase universalmente o contrário. O filme não está sendo feito para servir ao orçamento, a programação, ou os currículos das pessoas envolvidas. Os cineastas que não entendem isso deveriam ser pendurados pelos tornozelos e perguntados por que o céu parece estar de cabeça para baixo.







4 - Filmmaking é um processo colaborativo.

Você terá a chance de trabalhar com outras pessoas cujas mentes e idéias poderão ser mais fortes do que as suas próprias. Certifique-se de que eles se foquem em suas próprias funções, e não nas de outros, ou você vai ter uma grande bagunça. Mas trate seus colaboradores como iguais, e com respeito.

Um assistente de produção, que está retendo o tráfego para que a equipe possa conseguir filmar o “shot” não é menos importante do que os atores em cena, o diretor de fotografia, o designer de produção ou o diretor. Hierarquia é para aqueles de egos inflados ou fora de controle, ou de pessoas nas forças armadas. Aqueles com quem está a colaborar, se fizer boas escolhas, poderão elevar a qualidade e o conteúdo do seu filme a um nível muito maior do que a mente de qualquer um poderia imaginar por conta própria.

Se você não quer trabalhar com outras pessoas, vai pintar um quadro ou escrever um livro (e se você quer ser um ditador de merda, eu acho que nestes dias você só tem que entrar na política …).


5 - Nada é original.

Roube de qualquer lugar que ressoa com a inspiração ou de combustíveis para sua imaginação. Devore filmes antigos, novos filmes, música, livros, pinturas, fotografias, poemas, sonhos, conversas aleatórias, arquitetura, pontes, placas de rua, as árvores, as nuvens, as massas de água, luz e sombras. Selecione somente para roubar coisas que falam diretamente à sua alma. Se você fizer isso, o seu trabalho (e roubo) será autêntico.

Autenticidade é inestimável; originalidade é inexistente. E não se sinta incomodado em esconder seu roubo – o celebre se você sentir vontade.


Em todo caso, lembre-se sempre o que Jean-Luc Godard disse:

"Não é de onde você pega as idéias, mas para onde você as leva".

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