Páginas

quinta-feira, fevereiro 02, 2012

Pra que tanto dinheiro?



Se o governador diz que a UEPB pode sobreviver sem apertos com 18 milhões, que onda é essa da UEPB querer mais de 25 milhões por mês?

O que a UEPB vai fazer com tanto dinheiro?

Quando a UEPB recebeu do governador Cássio sua autonomia tinha apenas 2 câmpus. Hoje tem oito – é um crescimento de quase um campus por ano – e não param de estourar por todo o estado movimentos populares e pedidos de políticos para que várias outras cidades sejam atendidas diretamente pela universidade paraibana. Talvez com esse dinheiro a UEPB pudesse ampliar ainda mais sua atuação nas cidades onde já atua – principalmente João Pessoa – e levar novos câmpus para cidades que não apenas merecem ter acesso ao ensino superior como são penalizadas pela sua ausência. Agora não poderá mais.

Quando a UEPB passou a ter garantida uma participação na receita do Estado foi visível a mudança em todas as suas instalações, com muito melhores condições de trabalho e estudo para professores, funcionários e alunos. Será que com esse dinheiro dava para melhorar ainda mais ou do jeito que está já está bom demais? 

Junto com sua autonomia, a UEPB ganhou um dos planos de cargos e remuneração mais arrojados do setor educacional em todo o Brasil, mas no último ano não deu aos seus corpos docente e técnico administrativo as melhorias merecidas, alegando justamente que estava contribuindo para o saneamento financeiro estadual, atendendo pedido pessoal do governador. Será que sem o dinheiro que lhe foi subtraído a universidade conseguirá voltar aos níveis de crescimento dos salários que mantinha quando lhe era repassado o que lhe garante a lei ou vai, por outro lado, entrar num processo de arrocho que lhe fará regredir na relação com seus colaboradores?

A partir da promessa do governador de que no início deste ano voltaria a honrar seus compromissos com a UEPB, a instituição planejou um ousado cronograma de estruturação física que lhe garantiria ter em Campina Grande, inicialmente, um dos mais modernos câmpus universitários de todo o mundo, a partir de um projeto belíssimo de Oscar Niemayer. Quanto desse projeto, se é que alguma parte ainda será realizada, será possível manter agora que o duodécimo transformou-se em “mesada”?

Finalmente, TODOS os avanços alcançados nos últimos anos pela UEPB graças ao superávit orçamentário garantido pela autonomia conquistada há pouco mais de oito anos repercutiram positivamente não apenas em Campina Grande, mas em todo o estado. Não apenas na comunidade acadêmica, mas em todos os setores da economia, cultura e, obviamente, educação.

Então porque será que ainda tem gente querendo separar a UEPB do resto do estado e dizendo que o que lhe era repassado beneficiava apenas quem a ela fosse ligado diretamente?

Mais do que discutir quem tem a perder com esse corte inexplicável, é importante refletir sobre QUEM TEM A GANHAR.


3 comentários:

Lucia Couto disse...

Maravilha de texto Emerson. Conhecendo de perto e de dentro todas as lutas da UEPB, pois que dela faço parte, como professora (23 anos) e mãe de aluna, e lendo seu texto percebo profundamente quão abismal é a distância entre a consciência cidadã que norteia todas as nossa práticas e, a inconsequência dos atos do governador de plantão na Paraiba.

Ramiro Manoel Pinto disse...

Quem não se movimenta, está morto ! Em defesa da UEPB, VIVA ! Viva a UEPB ! UEPB VIVA ! Viva a Educação, Ciência, Tecnologia e Inovação da Paraíba ! VIVA ! Viva a UEPB ! UEPB VIVA ! Viva a defesa deste Patrimônio Cultural, Material e Intelectual que é a UEPB ! Viva a UEPB ! UEPB VIVA !

Eli Brandão disse...

Lamentável, um estadista temperamental e falacioso fica "nervoso" com manifestação do Comitê em Defesa da UEPB e faz ameaças a servidores, professores e estudantes . Antes, instrumentalmente, apoiava manifestações como esta da última sexta-feira, aparentemente combatia contra autoritarismos dos governos, fantasiava-se de defensor dos movimentos a favor da educação, da saúde, da segurança, fingia que defendia a liberdade de expressão... Não somos tolos! Essa verborragia insana e obsessiva não nos intimidará, sr. governador.
"Alguém pode enganar-se sempre;
a todos, por algum tempo;
mas ninguém pode enganar a todos sempre".
(Abraão Lincoln).

A obsessão e a indisposição para o diálogo pode alimentar o ego de alguém, mas é contra a democracia, é contra a Paraíba.